Mesmo com Tanto Potencial, Por que o Turismo no Pará não Decola?

    Certa vez em um voo da TAP - companhia aérea portuguesa - voando entre Portugal e a Itália, folheando a revista de bordo da companhia me deparei com um anúncio de duas páginas inteiras em português, inglês, francês e italiano do Governo do Ceará mostrando suas belíssimas praias e chamando turistas de toda a Europa em diversas línguas para conhecer seu lindo estado. Imediatamente pensei 'por que o Governo do Pará não usa exemplos como este de benchmark?'. Por que o turismo no Pará não consegue se desenvolver? Com tanto potencial e tanta autenticidade, como o nosso turismo não decola? Temos a Ilha do Marajó, maior ilha fluvial do mundo. Alter-do-Chão, o 'Caribe Amazônico', a belíssima Salinópolis e até mesmo Belém, uma metrópole cravada no meio da floresta Amazônica. Com uma gastronomia extremamente única, eleita por diversas vezes uma das melhores do mundo. Temos o Círio de  Nazaré, a maior festa católica do planeta. A rota do Cacau, entre os municípios de Altamira, Medicilândia e Uruará (hoje o Pará é o maior produtor de cacau do Brasil e produz aqui mesmo chocolates diferenciadíssimos). Além da Ilha do Combu que traz ao visitante uma experiência de imersão na Selva Amazônica há poucos quilômetros de Belém, com direito a uma visita privilegiada do 'skyline' da capital paraense. 

    Com a nomeação de um ministro paraense para a assumir a pasta do turismo no Governo Federal, surge a esperança do turismo se desenvolver e se tornar sustentável no estado. Potencial não falta, podemos oferecer turismo gastronômico, cultural, religioso, ecoturismo, as oportunidades são inúmeras. Até a geografia contribui, estamos situados no coração da Amazônia, temos uma das capitais brasileiras mais próximas dos Estados Unidos, Europa e América Central, temos aeroporto internacional em localização privilegiada para receber voos internacionais, porém com pouquíssimos voos internacionais operando regularmente no estado.  Com uma péssima infraestrutura hoteleira e péssima logística interestadual. A própria capital do estado, não oferece o mínimo de condições em seu transporte público. O Governo precisa agir proativamente, oferecer subsídio para trazer companhias aéreas estrangeiras para operar rotas internacionais em Val-de-Cans. Fazer missões no exterior para divulgar as belezas do estado, investir em publicidade internacional, como no exemplo citado no início deste texto, entre outros tantos meios para nos projetar em meio ao turismo internacional. Trazer grandes eventos para o estado como campeonatos de esportes profissional e amador, festivais de música, etc. O que falta para o nosso turismo finalmente decolar? 


Foto: Alter do Chão, Santarém-PA.

Texto: Bruno Fernandez

Comentários

  1. Excelente Bruno!

    Nasci em Belém, morei grande parte da vida em Tucurui, conheço Altamira e hoje moro em Parauapebas… conheço bem o potencial econômico do Pará, não só do turismo, como também de vários Ramos da indústria.
    Em Tucurui, a exemplo, ocorre um dos maiores torneios de pesca do Brasil. Devido à construção da usina hidroelétrica o potencial turismo do lago de Tucurui, que é o maior lago artificial da América Latina, também tem grande potencial de desenvolvimento para o estado. Sem falar da diversidade mineral que encontramos em grande parte do estado. Precisamos contribuir de alguma forma. E acredito que você tem feito sua parte … Parabéns por nos alertar!

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  2. Leitura muito precisa para uma reflexão necessária. Precisamos desenvolver o turismo além dos acontecimentos pontuais, como a COP. Economia sustentável via turismo é um mercado gigantesco e o futuro para a nossa região.

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  3. No mínimo precisa de mais pessoas como você, incentivadoras, já é um começo de um longo caminho a trilhar. Parabéns
    Maurício Dada

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