COP 30 em Belém: Um Grande Legado Poderá Ser Deixado à Capital Paraense

    Uma cidade com um potencial enorme, rica em cultura, com uma gastronomia única e paisagens paradisíacas. Uma metrópole no coração da Amazônia, onde os arranha-céus imponentes estão a poucos metros da floresta amazônica, com uma vasta vida selvagem, fauna e flora. Com esta descrição, imaginamos um lugar praticamente perfeito. Contudo, não é bem assim. A capital do Pará, possui diversos problemas, começando com a precariedade de serviços básicos para sua população. O fraco transporte público na cidade é mal integrado e a frota está sucateada. Se locomover na capital paraense é um verdadeiro desafio. A péssima qualidade do transporte público resulta em um trânsito extremamente caótico em horários de pico, agravado pela falta de respeito da população às leis de trânsito. As paradas de veículos nas chamadas 'filas duplas' se tornou 'cultural', e é algo absolutamente normal para o condutor paraense. As motos vão além, trafegam em mão dupla em qualquer sentido nas Avenidas, mesmo que seja contramão e comumente são vistas em alta velocidade pelas calçadas da capital, se desviando dos pedestres como se estivessem em uma extensão da rua. O saneamento básico também é algo que não condiz muito com a realidade da capital, números do IBGE de 2021 revelam que aproximadamente 80% da população não possui acesso a tratamento de esgoto. Belém ocupa hoje a penúltima posição no ranking nacional de saneamento básico. A violência é outro problema grave da cidade. A maioria da população não se sente segura ao caminhar pelas ruas, independente do horário, mas sobretudo após as 22h. 

    Poderíamos seguir citando inúmeras necessidades básicas da cidade, mas focaremos em três oportunidades de melhorias imediatas na capital paraense para o recebimento da COP 30, a conferência da ONU de mudança do clima. A realização da conferência em Belém deverá acontecer daqui a dois anos e traz para a cidade o desafio de se preparar para este, que será sem dúvidas, o maior evento já realizado no estado. Será a primeira vez que uma COP será realizada no Brasil, e Belém como cidade sede, não poderá fazer feio. Grandes investimentos em infraestrutura serão necessários, primeiramente o número de leitos de hotéis disponíveis na cidade precisa ser ampliado, com o aumento da rede hoteleira. O transporte público é sem dúvidas uma das principais áreas que precisa de investimento. Hoje os ônibus que circulam na capital precisam ter sua frota renovada e ser climatizados. Além da integralização do transporte, ônibus, BRT, etc. Por fim, e ainda mais importante que os anteriores, citamos o aeroporto da cidade. Recentemente concedido à inciativa privada, o terminal além de pequeno, se tornou obsoleto. Parou no tempo há 20 anos. O Aeroporto Internacional de Belém necessita urgentemente de uma grande ampliação, não somente para o evento, mas para a demanda atual. O aeroporto da cidade já opera muito acima de sua capacidade e em horários de pico se torna um grande gargalo. Além do terminal de passageiros, o aeroporto precisa de uma generosa ampliação também no pátio principal de aeronaves e pátio de aviação geral, que abriga a aviação executiva e particular. Este último citado será imprescindível para atendimento da demanda de aeronaves da COP 30. 

    Para além da conferência das Nações Unidas, o evento deve deixar um legado para a cidade. Primeiro que coloca Belém em evidência para o mundo como a capital da Amazônia. O governo do estado precisa aproveitar este momento para surfar na crista da onda e colocar a cidade e o estado definitivamente na rota turística do país. Seja no eco turismo, no turismo cultural ou gastronômico. A simpática Belém tem um potencial enorme que hoje é pouco explorado e tem tudo para fazer bonito como sede da conferência, o planeta inteiro estará de olho. A Amazônia está em evidência no mundo, e este é o momento da cidade se impor como metrópole e se posicionar como a capital da Amazônia. A COP 30 será realizada em 2025, e se as inúmeras oportunidade que ela trará consigo forem aproveitadas pelos nossos representantes, será somente o começo de uma grande era de desenvolvimento para a cidade das mangueiras e todo o estado do Pará.

Por: Bruno Fernandez

Foto: O Liberal